Segundo consta nas histórias e lendas, os fantasmas abundam nos teatros do West End londrino. Sem dúvida é provável que os promotores teatrais ventilem boatos de assombrações para melhorar a bilheteria, mas tantas pessoas diferentes - atores, pessoal, público - afirmam ter visto fenômenos de assombração que é difícil rejeitar os relatos como embustes.
Dezenas de pessoas, por exemplo, contaram ter visto o "homem de cinza" não identificado que, segundo se diz, assombra o balcão superior do Theatre Royal, na Drury Lane. O espectro do falecido Sir Charles Wyndham, primeiro dono do New Theatre (que hoje é o Albery), foi visto nos bastidores do local, e diz-se que a aparição de uma mulher angustiada torcendo as mãos como Lady Macbeth assombra o Old Vic. A atriz Margaret Rutherford, famosa por seu desempenho como Miss Marple, está entre as muitas que relataram encontros no Haymarket Theatre com o fantasma de John Buckstone, que gerenciou essa casa até morrer, em 1879.
Durante um musical popular no Haymarket em 1963, o diretor de cena ficou horrorizado ao ver o que pensou ser um contrarregra perdido, em pé por trás de um ator em cena. Estava prestes a ordenar que se fechassem as cortinas para arrancar o culpado dali quando a figura desapareceu subitamente. O diretor de cena deu-se conta então de que o homem estava vestido com uma casaca e que se parecia com as descrições de Buckstone.
Ente os mais famosos supostos fantasmas de teatro está o de William Terriss, personagem principal em produção após a outra no Adelphi Theatre, no final do século XIX, Adorado tanto pelo público como pela crítica, inspirou uma inveja fanática em um figurante, Richard Prince, que no dia 16 de dezembro de 1897 esfaqueou Terriss no peito, pouco antes da entrada em cena, morrendo nos braços da atriz principal, ouviu-se Terriss sussurrar "Eu voltarei".
O ator William Terriss é considerado o primeiro ídolo de matinê. Desde que ele morreu, em 1897, seu fantasma tem sido visto no Adelphi Theatre, tal qual era no século XIX.
Muitos afirmam que ele cumpriu a ameaça. Ao longo dos anos têm-se ouvido relatos de estranhas luzes e ruídos em seu antigo camarim. E sua aparição não foi vista só no teatro, mas também na estação Charing Cross do metrô, perto dali, onde ele muitas vezes esperou pelo trem que o levaria para casa, tarde da noite. As descrições, repetidamente, incluem detalhes da casaca , da cartola e da bengala de Terriss. Mas as testemunhas contam que, quando tentam falar com o espectro, ele desaparece instantaneamente.
Primeiro foram os aparelhos de gravação que ajudaram registrar os sons dos fantasmas; depois, com a invenção da câmera, as pessoas vem tentando fotografar s fantasmas. Certamente essas seriam provas praticamente irrefutáveis sobre as tais aparições do espectro de fantasmas. Todavia, o empenho tem gerado sobretudo fracassos e falsificações.
A falsificação foi introduzida nos primeiros dias da fotografia, que coincidiram com o auge do espiritismo. Em 1861, William Munler, fotógrafo de Boston, começo a tirar retratos que traziam imagens vagas que se supunha serem de falecidos entes queridos de seus clientes. O negócio cresceu até alguém notar que os rostos fantasmagóricos pareciam-se com os de alguns bostonianos vivos e podiam ter sido obtidos através de dupla exposição ou sobre-impressão. Munler foi preso, mas o hábito de "fotografar" espírito com algum tipo de fraude, continuou a florescer.
De vez em quando, porém, há fotos de supostos fantasmas de proveniência mais persuasiva, ou até irreprochável. Essas fotos são confirmadas por fotógrafos e estudiosos confiáveis.
Sybell Cordet disse ter ficado chocada quando revelou certa foto onde aparece nitidamente o fantasma investigado sentado na poltrona na sala - a biblioteca de Wellington Henry, visconde de Combermere - estava vazia quando ela a fotografou em 1891. Segundo ela, a figura lembra o recém falecido lorde Combermere, que estava sendo sepultado quando a foto foi tirada. Mas é difícil dar crédito a sua surpresa, pois a exposição durou uma hora e a fotógrafa deixou a câmera sozinha durante esse tempo. O resultado equivale ao que apareceria se uma pessoa entrasse na sala e sentasse na poltrona por trinta segundos. O mordomo, porém, assegurou que ninguém entrara na sala enquanto a foto estava sendo tirada.
A senhora Mabel Chinnery expressou surpresa ao ver, em 1959 a foto de seu marido. Depois de fotografar o túmulo da mãe tirou uma foto do marido, que no momento estava sozinho no carro. Quando revelou a fotografia, a imagem da mãe dela apareceu no banco de trás. Um perito fotográfico que examinou a foto para um jornal inglês declarou-a autêntica.
Em 1966, o clérigo aposentado canadense Ralph Hardy fotografou uma elegante escadaria espiral no Museu Marítimo de Greenwich, na Inglaterra. Quando a foto foi revelada, ele alegou ter ficado espantado ao ver a imagem de um figura encapuzada subindo as escadas. Consta que os peritos concluíram que ninguém alterou os negativos.
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