Ao entrar em sua modesta cozinha em uma abafada tarde de agosto de 1971, Maria Gomes Pereira, uma dona de casa espanhola, espantou-se com o que lhe pareceu um rosto pintado no chão de cimento. Estaria ela sonhando, ou com alucinações? Não, a estranha imagem que manchava chão parecia de fato o esboço de uma pintura - um retrato.
Com o correr dos dias a imagem foi ganhando detalhes e a notícia do rosto misterioso espalhou-se com rapidez pela pequena aldeia de Belmez, perto de Córdoba, no sul da Espanha. Alarmados pela imagem inexplicável e incomodados com o crescente número de curiosos, os Pereira decidiram destruir o rosto; seis dias depois que este apareceu, o filho de Maria, Miguel, quebrou o chão a marteladas. Fizeram novo cimento e a vida dos Pereira voltou ao normal.
Mas não por muito tempo. Em uma semana, um novo rosto começou a se formar, no mesmo lugar do primeiro. Esse rosto, aparentemente de uma homem de meia idade, era ainda mais detalhado. Primeiro apareceram os olhos, depois o nariz, os lábios e o queixo.
Já não havia como manter os curiosos à distância. Centenas de pessoas faziam fila fora da casa todos os dias, clamando para ver a "Casa dos Rostos". Chamaram a polícia para controlar as multidões. Quando a notícia se espalhou, resolveu-se preservar a imagem. Os Pereira recortaram cuidadosamente o retrato e puseram em uma moldura, protegida com vidro, pendurando-o então ao lado da lareira.
Antes de consertar o chão os pesquisadores cavaram o local e acharam inúmeros ossos humanos, a quase três metros de profundidade. Acreditou-se que os rostos retratados no chão seriam dos mortos ali enterrados. Mas muitas pessoas não aceitaram essa explicação, pois a maioria das casas da rua fora construída sobre um antigo cemitério, mas só a casa dos Pereira estava sendo afetada pelos rosto misteriosos. Duas semanas depois que o chão da cozinha foi cimentado pela segunda vez, outra imagem apareceu. Um quarto rosto- de mulher - veio duas semanas depois. Em volta deste último aparecem vários rostos menores; os observadores contaram de nove a dezoito imagens.
Ao logo dos anos os rosto mudaram de formato, alguns foram se apagando. E então, no início dos anos oitenta, começaram aparecer outros.
O que - ou quem - criou os rostos fantasmagóricos no chão daquela humilde casa? Pelo menos um dos pesquisadores sugeriu que as imagens seriam obra de algum membro da família Pereira. Mas alguns químicos que examinaram o cimento declararam-se perplexos com o fenômeno, Cientistas, professores universitários, parapsicólogos, a polícia, sacerdotes e outros analisaram minuciosamente a imagem do chão da cozinha de Maria Gomez Pereira, mas nada concluíram que explicasse a origem dos retratos.
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NOTA: Entre os notáveis retratos que apareceram no chão da cozinha de Maria Pereira estão a imagem de um casal de idade (no alto); a de um velho de barba com um xale; a de uma mulher de cabelos escuros segurando um cálice; e um retrato expressionista de um homem (embaixo) que acabou sendo cortado do chão de cimento e emoldurado.
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