domingo, 14 de agosto de 2022

CASAS E LUGARES MAL ASSOMBRADOS

 

Esta é a casa das irmãs Fox. 

         Quando se fala em casa mal assombrada é natural que logo lembremos da casa das irmãs Fox. 

         Segundo se conta, tudo aconteceu na noite de 31 de março de 1848 quando a família foi acordada com pancadas que ecoavam pela casa inteira. Os pais pensaram tratar-se de alguma brincadeira quando a filha Katerine, de onze anos, falou: "Façam como eu", e bateu um certo número de palmas que foi respondido. Nesse momento iniciou-se a telegrafia espiritual.  Este episódio repercutiu no mundo todo. A partir de então cientistas e religiosos passaram a dedicar-se ao assunto. 

          A casa em questão não era bem vista pela população de Hydesville. Diziam-na "assombrada".  Contava-se que inquilinos anteriores haviam ouvido em seus compartimentos ruídos estranhos, visto móveis se moverem sem contato humano, vultos estranhos, etc. 

          John Fox, chefe da família, era pastor e não acreditou, atribuindo os ruídos a dois fatos - a casa era antiga, de madeira e na adega havia ratos. 

          Esta história da família Fox é bem conhecida e está amplamente divulgada na internete.  Portanto não vou me ater em detalhes sobre ela. Meu objetivo é buscar uma explicação científica para este assunto. 

          O aspecto impalpável, evanescente e pouco objetivo das aparições desperta enorme ceticismo entre os estudiosos.      

               As lendas acerca de casas assombradas são antiquíssimas. Mas os fantasmas existem ou são meras invenções humanas, conjuradas a partir do ar miasmático e da presença ameaçadora de certas residências? Alguns pesquisadores psíquicos afirmam que os fantasmas de fato assombram casas, mesmo que seja apenas como imagens nebulosas de sensações particularmente fortes, ou de acontecimentos portentosos. O físico Sir Oliver Lodge, por exemplo, propôs em 1908 que as assombrações eram "representações fantasmagóricas de alguma tragédia de um passado remoto". Lodge e outros acreditavam que as emoções violentas poderiam de algum modo impregnar o ambiente e serem depois transmitidas a pessoas que fossem suficientemente sensíveis para captar a sensação.

           É preciso compreender que existem dados sensoriais que não  pertencem, nem remotamente, aos objetos materiais. São alucinações, quer sejam produzidas durante os sonhos, estados hipnóticos ou pelo uso de drogas. Elas são distintas das sensações normais na medida em que os órgãos sensoriais não têm nada a ver com sua produção pois podem ser semelhantes às percepções normais. A alucinação é uma percepção, embora seja uma percepção falsa da realidade. 

            Todo objeto material é composto de dois elementos diferentes: um suporte físico, que é uma região do espaço caracterizada por certas propriedades causais, existindo independentemente do observador, e um ou mais grupos de dados sensoriais que são particulares ao observador, sendo criados por ele. O indivíduo que percebe a aparição só possui o conhecimento direto destes últimos dados. Dessa forma, uma aparição perfeita é algo material desprovido de um ocupante físico. Não havendo a presença do objeto físico, não há ondas luminosas refletidas, nem ondas sonoras, nem pressões físicas na pele no caso do contato. Portanto, nesse caso a aparição não possui propriedades físicas ou causais, e não afetam os órgãos da percepção. Mesmo assim, provoca dados sensoriais semelhantes aos que ocorrem na percepção normal. 

            Portanto, pode não ser tão surpreendente que o folclore acerca das assombrações seja permeado de histórias com alta carga emocional.

            A criação de imagens  alucinatórias  não é um fenômeno fora do normal. É bem conhecido dos psicólogos e revela a existência de nossa capacidade interior de produzir imagens visuais idênticas às de percepção normal. Uma pessoa que sofreu um acidente e perdeu algum órgão, como um braço ou uma perna, podem continuar sentido até dores e até o próprio órgão que não existem mais.

           Como a aparição é uma percepção criada para expressar uma ideia, podemos dizer que o responsável pelo drama é o agente criador. Contudo há uma grande distância entre o drama criado e a ideia original do criador. 

           É difícil entender o processo da construção de uma aparição não apenas porque se passa num plano inconsciente, como também porque inclui elementos diferentes dos fenômenos físicos e processos mentais comuns.  Embora a maior parte das aparições possua um argumento planejado, não é sempre que foi conscientemente elaborado pelo agente receptor. Uma categoria de casos curiosos são as experiências de pessoas que estiveram à beira da morte. Depois de algum tempo de inconsciência total voltaram a si e perceberam que ainda estavam no corpo. Isto é mais comum do que se imagina. 

           O mundo científico continua  incrédulo como sempre a certas manifestações da personalidade. Existem fenômenos como a telepatia que estão sendo pesquisados numa base experimental, mas os cientistas não admitem em hipótese alguma que o conceito da personalidade humana possa vir a sofrer uma transformação radical. Eles estão conscientes de que se aceitarem os fenômenos psíquicos extrassensoriais irão mergulhar num abismo de superstições, perdendo para sempre a estrutura sólida do pensamento lógico. 

             Para melhor entendermos a nossa realidade é bom saber que o corpo humano não passa de um amontoado átomos de  carbono em constante movimento. 

             Um corpo com cerca de 70 quilos tem 23% de carbono (16 quilos); 1,4% de cálcio (1 quilo); 0,83% de Fósforo (580 gramas); 2,6% - de nitrogênio (2,22 litros); 55% de água ( 38,5 litros); 0,2% de enxofre (140 gramas); 0,27% de cloro e sódio (195 gramas); 0,2% de potássio (140 gramas); 0,009% de metais. Portanto, quando morremos tudo volta ao seu estado original, ou seja, volta a ser parte da terra (nosso planeta.

              No passado houve um estudo científico para se saber se a alma tinha algum peso. A alma nada mais é que a energia cósmica que chega até nós vinda do sol. É essa energia cósmica que nos dá vida e quando morrermos ela nos deixa imediatamente. 

            Enquanto o corpo está vivo ele  continua recebendo energia. No meu livro Crenças e Religiões eu disse que a matéria sempre volta ao seu estado original e a energia se liberta e se propaga no ambiente. Antoine - Laurent de Lavoisier disse: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."  Partindo dessa premissa podemos dizer que a matéria volta a fazer parte do planeta, mas ninguém sabe dizer exatamente para onde vai a energia de cada um. Da mesma forma não se sabe quando está energia que ocupou aquele corpo vai se dissipar. Pode acontecer de uma energia permanecer por até séculos no ambiente onde deu vida a determinado corpo. Naturalmente que a energia não tem mais a forma daquele corpo que ocupou, mas é exatamente aí que podemos encontrar uma explicação para as tais assombrações.

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